A PESTE QUE AMEAÇA A CIDADE …

 

Escreveu-se muito sobre o “trans-caso” que aconteceu no Teatro de São Luiz, no passado dia 19, no decorrer do espectáculo “Tudo sobre a minha mãe”. Infelizmente, com raríssimas excepções – que as houve -, em geral deu-se uma no cravo e outra na ferradura, a revelar o medo que já grassa por aí do wokismo (termo de tradução equívoca, que circula sobretudo no original), da cancel culture (que se pode traduzir por “práticas de cancelamento”) e de toda a imensa panóplia de formas de fanatismo analfabeto e persecutório que acompanha estes dois termos.

Um fanatismo que se identifica bem no frenético uso da palavra “fobia”. Ao juntar este sufixo (que significa medo e/ou aversão) a todas as posições que criticam – ou apenas não acolhem -, as suas teses, o que o wokismo, a “cancel culture” e os seus derivados visam, não é questionar, argumentar ou debater ideias, mas censurar, garrotar e calar todos os que discordam das suas teses – mesmo pela força, quando o julguem necessário, como tantas vezes e em tantos planos já tem acontecido.

O seu mundo é o do impensar, forma hoje dominante do politicamente correcto e da sua fábrica de ignorâncias. Poder-se-ia talvez dizer que se trata de uma nova modalidade de Ur-fascismo, há anos caracterizado por Umberto Eco. Mas na verdade trata-se mais de uma peste, uma nova peste que se vem espalhando por todo o Ocidente, sobretudo a partir da generalidade dos media e, lamentavelmente, de muitas Universidades, peste que é preciso combater sem medo, com conhecimento, lucidez e coragem.

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